As exportações de proteína animal brasileiras devem seguir fortes nos próximos meses, de acordo com o analista da Safras e Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Ele explica que a China deve seguir puxando maiores volumes, mas que de forma geral, com a competitividade dos produtos devido ao câmbio e a previsível recessão econômica no Brasil, que deve fazer com que as agroindústrias foquem nas exportações.
Outros fatores citados pelo analista que podem contribuir para a continuidade dos bons resultados das exportações brasileiras são os problemas logísticos na União Europeia e o fechamento de plantas processadoras de carne nos Estados Unidos.
“No caso da China, há um misto de demanda imediata, já que foi o primeiro país a começar a sair do isolamento por causa da pandemia do coronavírus, somado à recomposição dos estoques estatais. A PSA ainda não foi controlada, e deve levar cerca de dois anos para que a situação comece a se normalizar”.
Neste mês de maio, o analista destaca que os resultados são muito positivos para o Brasil, tanto para as exportações de carne de frango quanto suínas. Ainda que a carne de frango esteja com o valor pago por tonelada 20% abaixo do que era praticado no ano passado, as vendas externas ainda são muito rentáveis por causa do câmbio.
No primeiro quadrimestre deste ano, foram exportadas 275 mil toneladas de carne suína, o que representa 30% a mais do que o embarcado no ano passado, e 1,34 milhão de carne de frango, avanço de 7% em relação ao período de 2019.
“Isso mostra a solidez na produção brasileira, que não foi afetada, mesmo com os fechamentos pontuais de frigoríficos aqui. Temos que observar também que haverá uma recessão econômica no país quando a pandemia terminar, e com certeza a agroindústria estará focada nas exportações”, explicou.