A China importou 9,91 milhões de toneladas de carne em 2020, mostraram dados de alfândega, com o maior comprador de carnes do mundo buscando formar estoques da proteína após uma queda adicional em sua produção de carne suína.
Os embarques aumentaram 60,4% na comparação com o ano anterior, depois que produção chinesa de carne suína, a preferida no país, caiu 19% no primeiro semestre. Antes, em 2019, a produção havia recuado ainda mais, na sequência de um surto de peste suína africana que devastou o rebanho suíno local.
A Administração Geral de Alfândegas só começou a divulgar dados mensais para as importações combinadas de carne no ano passado, mas o total de 2020 é visto por analistas do setor como um recorde.
“É definitivamente um recorde, Todas as espécies (de carnes) atingiram recordes no ano passado”, disse Pan Chenjun, analista do Rabobank.
As importações de carne suína dos Estados Unidos, maior fornecedor da China, avançaram 223,8% em iuanes em 2020, disse um porta-voz da alfândega, Liu Kuiwen, em coletiva de imprensa.
A testagem de alimentos congelados para o novo coronavírus durante o segundo semestre de 2020 desacelerou as importações, mas ainda assim os desembarques mantiveram ritmo saudável.
As importações em dezembro saltaram 24% na comparação com as 775 mil toneladas do mês anterior, para 964 mil toneladas, perto de um recorde mensal atingido em julho de 2020, com compradores fazendo estoques para o pico de consumo esperado durante o Ano Novo Lunar no próximo mês.
Os preços internos da carne suína na China caíram em outubro, mas começaram a subir fortemente de novo no final de novembro devido à alta demanda, o que tornou mais atrativas as importações.
Mas a agressiva recomposição do rebanho de suínos da China no ano passado deve levar a um crescimento da produção de carne suína de cerca de 10% em 2021, de acordo com projeção do Rabobank, o que deve gerar um recuo de até 30% nas importações de carne na comparação anual.