Um dos maiores consumidores de carne suína do mundo, a China está reestabelecendo sua produção interna depois de exterminar grande parte de seu plantel de porcos vitimados pela peste suína africana, que chegou ao país em 2018.
A retomada da produção por lá indica que os chineses passarão a importar menos carne suína, o que impacta fortemente a suinocultura brasileira, em especial os estados do Paraná e Santa Catarina, que são os maiores produtores e grandes exportadores da proteína animal.
A notícia da redução da demanda pelos chineses chega num momento já crítico para a suinocultura brasileira. A estiagem prolongada quebrou boa parte das safras de soja e milho, principais componentes da ração animal, fazendo o custo de produção do suíno disparar.
A redução da demanda pelo mercado chinês está também provocando uma desvalorização da carne suína no mercado mundial. Nos últimos 90 dias, a tonelada do suíno passou de US$ 2,8 mil para US$ 2,3 mil. No caso do Brasil tem o agravante do impacto do câmbio nas cotações.
Para o diretor da Frimesa, a situação atual da suinocultura vai demandar um ajuste na produção, com uma redução em torno de 10%, e a diminuição das margens tanto da indústria quanto do varejo já que o consumidor não tem condições de absorver mais aumento no preço da carne.