O principal fator a impulsionar os preços foi a forte demanda externa.
O ano de 2019 foi de recuperação para o setor de suínos no Brasil, aponta relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP) divulgado nesta quinta-feira e antecipado ao Broadcast Agro. Segundo o centro de estudos, os preços subiram com força no mercado interno neste ano, atingindo recordes nominais. “Em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, as altas anuais superaram os 30%.”
O principal fator a impulsionar os preços foi a forte demanda externa, que ocorreu durante praticamente 2019 inteiro, por causa do surto de peste suína africana (PSA) na Ásia, sobretudo na China. Além disso, o mercado interno também reagiu no fim do ano. “O aquecimento da procura brasileira reforçou o avanço nos preços domésticos.” Atacadistas em busca de ampliar estoques para o fim do ano, além do preço recorde da carne bovina, levou a uma maior procura pela proteína suína. “Assim, na maior parte do ano, a oferta de suíno vivo em peso ideal para abate esteve inferior à elevada procura por parte de grandes agroindústrias.”
Diante desse cenário, os valores nominais de todas as regiões acompanhadas atingiram recordes, considerando-se a série do Cepea, iniciada em março de 2002. Na praça de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), de janeiro a 23 de dezembro de 2019, o quilo do animal vivo teve média de R$ 4,75, alta de 35,6% frente a 2018.
No mercado da carne, o ano também foi marcado pela demanda aquecida e as cotações acompanharam a movimentação do vivo. A carcaça especial, negociada no atacado da Grande São Paulo, registra média de R$ 7,17/kg na parcial deste ano, alta de 29,2% na comparação com a de 2018, e a maior já registrada, em termos nominais, considerando-se toda a série histórica do Cepea para este produto, iniciada em 2004. Dentre os cortes, os que registraram as maiores valorizações de 2018 para 2019 foram a paleta desossada (31,6%), pernil com osso (29,9%) e lombo (22,4%).