A ameaça da China de impor tarifas à carne suína preocupa União Europeia

A ameaça da China de impor tarifas à carne suína preocupa União Europeia

A ameaça da China de impor tarifas à carne suína da União Europeia é a última coisa que a indústria combalida do continente precisa.

A China, maior consumidora de carne suína do mundo, anunciou nesta semana uma investigação sobre as importações da UE que poderia resultar em tarifas como parte de uma retaliação comercial12.

A indústria de carne suína da UE já está perdendo sua posição como a maior exportadora de carne suína. Após se beneficiar da demanda na China quando a peste suína africana devastou os rebanhos, as exportações europeias têm enfrentado dificuldades à medida que a produção chinesa se recuperou e o bloco enfrentou seus próprios surtos da doença.

Os lucros dos agricultores também foram afetados pelos custos mais altos de ração e energia, além de os consumidores estarem comendo menos carne suína, levando os processadores a reduzir empregos, fechar matadouros e focar em mercados locais. A investigação sobre a carne suína é a mais recente retaliação em uma disputa que também incluiu veículos elétricos chineses e conhaque europeu.

Se as tarifas forem implementadas, os fornecedores de carne suína da UE também podem ter dificuldade em encontrar novos mercados para produtos de nicho, como orelhas de porco, que a China compra. A UE está se tornando refém em uma guerra comercial da qual nem mesmo faz parte.

A China importou 930.000 toneladas de carne suína e produtos de carne suína – no valor de US$ 1,86 bilhão – de todo o mundo nos primeiros cinco meses deste ano. Espanha, Dinamarca e Holanda estão entre os maiores fornecedores. Embora as exportações europeias de carne suína tenham caído nos últimos anos, a China continua sendo um comprador crucial para a UE, sendo seu maior mercado externo para a carne.

No entanto, a China precisou importar menos à medida que seu rebanho se recuperava, com o consumo lento em meio a uma recessão econômica, o que contribuiu para o excesso de oferta lá. Por enquanto, os produtos de carne suína da Europa estão passando normalmente pela alfândega, segundo fontes do setor que estão acompanhando de perto a situação.

Mesmo assim, alguns negociantes na China estão comprando estoques de produtos de carne suína congelada nos portos e armazéns, com receio de que futuras medidas comerciais contra os embarques da UE possam elevar os preços desses produtos.

Se a investigação de um ano levar a tarifas, isso pode beneficiar exportadores rivais como os EUA e o Brasil, cujas ofertas já são competitivas na China.

Fonte: Finacial Post

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