A Embrapa Aves e Suínos vai utilizar o Roboagro Flex Feed em sua granja experimental.
A suinocultura brasileira e mundial vem passando por uma transformação com desafios como escassez de mão-de-obra e aumento de custos com alimentação animal, em operações cada vez maiores. “A solução de eficiência está na granja e não na fábrica de rações. Temos que evoluir tecnicamente para promover sustentabilidade e eficiência econômica no setor”, disse o chefe-geral da Embrapa Aves e Suínos, Everton Luís Krabbe, durante a assinatura do termo de cooperação com a Roboagro, empresa pioneira no desenvolvimento de robôs alimentadores de animais. A cerimônia aconteceu no primeiro dia da PorkExpo, que termina hoje, em Foz do Iguaçu (PR).
A parceria prevê que a Embrapa Aves e Suínos utilize o Roboagro Flex Feed para testes, validação de conceito e novos desenvolvimentos de sensores e dispositivos nos robôs. A aproximação da entidade com a empresa se iniciou na edição 2021 do InovaPork, quando a Roboagro foi vencedora com a solução robotização inteligente 4.0 na suinocultura de precisão.
Para Giovani Molin, diretor da Roboagro, a parceria mostra a importância do desenvolvimento tecnológico para a suinocultura, unindo o conhecimento científico com a aplicação técnica dos conceitos de nutrição de precisão. “Muito nos honra essa união que vai trazer melhores práticas para o dia a dia das granjas, além de reduzir o impacto ambiental gerado pela suinocultura.”
Krabbe afirmou ainda que a cooperação é o início do desenvolvimento de futuras gerações de robôs, que atualmente já possuem implementos para diluição de dois tipos de ração e medicação dos animais.
Roboagro Flex Feed
O implemento automatizado distribui dois tipos de rações ao mesmo tempo possibilitando a transição das fases de crescimento/engorda dos suínos com a diluição diária da dieta nutricional. O robô evita desperdícios com a alimentação e pode gerar uma economia de R$ 200 mil por lote de 3 mil animais – o que equivale a 10% dos custos com ração, de acordo com simulações da empresa.
Considerando que a ração corresponde a aproximadamente 80% dos custos de produção de suínos e que os preços da soja e do milho, componentes das rações, devem seguir em alta, essa economia é considerável para produtores e integradoras. O retorno econômico é tão garantido que o integrador não paga nada pelo implemento, sendo que a Roboagro recebe uma porcentagem sobre a economia gerada.
Segundo Molin, no modo convencional de nutrição, a variação do peso dos animais em um mesmo alojamento pode chegar a 45%. “Com o Flex Feed, conseguimos tratar cada animal de acordo com seu desenvolvimento, evitando desperdícios, melhorando a qualidade da carne e flexibilizando a liberdade de escolha da dieta indicada para cada animal.”
Além dos benefícios econômicos, a nutrição de precisão promove ganhos ao meio ambiente. Isso porque quando o animal se alimenta com excesso de nutrientes, a quantidade de dejetos na granja aumenta, produzindo mais gases que vão para a atmosfera. “Com uma dieta adequada, temos redução de 60% da excreção de nitrogênio e fósforo”, orienta Molin.
Em uma simulação feita por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com o uso do Roboagro Flex Feed, considerando-se um robô em atividade, alimentando um lote de 3.000 animais, há a mitigação de 67 toneladas de CO² por ano. Como base de comparação isso equivale à compensação de um plantio de 333 árvores.