Exportação de carne suína pode crescer mais ainda em 2021

Exportação de carne suína pode crescer mais ainda em 2021

As perspectivas para as exportações de carne suína do Rio Grande Sul em 2021 podem ser ainda melhores que as do ano passado, quando o Estado colocou no mercado internacional 261,31 mil toneladas do produto, 54,41% a mais do que em 2019. Relatório divulgado nesta quinta-feira pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aponta que, além do volume, houve crescimento de 52,37% no valor exportado, que subiu de 412,9 milhões de dólares para 629,29 milhões de dólares.

O Estado aguarda para maio a confirmação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) da mudança de status sanitário para zona livre de febre aftosa sem vacinação, o que deve melhorar ainda mais o desempenho no mercado externo. Segundo o diretor de Mercados da ABPA, Luís Rua, o crescimento relativo da exportação de carne suína do Rio Grande do Sul foi maior que o de Santa Catarina (o primeiro colocado) e Paraná e posicionou o Estado em segundo lugar, com o total de 25% do volume embarcado pelo país. Rua acredita que a confirmação do status vai impulsionar os negócios gaúchos, a exemplo do que ocorreu com Santa Catarina quando obteve a condição de zona livre de febre aftosa sem vacinação. “Santa Catarina acessa mercados como os do Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, que têm essa exigência de status e que estarão disponíveis para a entrada do Rio Grande do Sul”, destaca.

O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, afirma que a confirmação do status vai propiciar um acréscimo mensal, na pauta de exportações, de pelo menos 4 mil toneladas de carne suína com osso. Além disso, Kerber ressalta que a liberação para exportação de frigoríficos que enfrentavam embargos em razão da pandemia – como a planta da JBS em Três Passos, reabilitada pela China nesta semana – também vai melhorar a performance das vendas do segmento em 2021. De acordo com o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, o bom desempenho do Estado nas exportações de 2020 deu aos suinocultores gaúchos uma boa margem de lucro, mesmo com o aumento de custos. Folador salienta que o produtor independente chegou a receber pelo quilo vivo do suíno mais de R$ 8,00 e que a demanda mundial aquecida pela carne favoreceu também os produtores integrados, com preços que chegaram a R$ 6,00. No total, o Estado conta hoje com 8 mil suinocultores, dos quais 85% são integrados e recebem por contrato. Outros 15% são independentes e podem vender pelo preço de mercado.

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