Oferta de soja com certificação ‘responsável’ no Brasil deve crescer

Oferta de soja com certificação ‘responsável’ no Brasil deve crescer

Expectativa da Associação Internacional da Soja Responsável é aumentar a certificação no Brasil neste ano e chegar a 1,6 milhão de hectares.

Associação Internacional da Soja Responsável (RTRS, na sigla em inglês) espera aumentar a certificação no Brasil neste ano e chegar a 1,6 milhão de hectares, alcançando cerca de 6 milhões de toneladas do grão. Em 2022, a área foi de 1,47 milhão de hectares, ou 5,62 milhões de toneladas. A certificação é feita com base em critérios como cumprimento de legislação trabalhista, relações com a comunidade e produção em áreas não desmatadas. As auditorias são anuais.

“Em 2022, havia muitas certificações represadas devido à pandemia. Para 2023, o crescimento deve continuar devido às novas exigências dos mercados internacionais”, afirma Gisela Introvini, vice-presidente da entidade. A RTRS também prevê alta na comercialização de créditos lastreados na produção certificada, que funciona como um pagamento por serviço ambiental. O crédito é negociado a preço de mercado e uma taxa é paga para a RTRS.

“A conjuntura até o momento é positiva. Temos um produto diferenciado para um mercado diferenciado”, ressalta. A América do Sul concentra o maior volume de soja certificada pela RTRS e a Europa é o principal comprador. A Associação foi fundada em 2006, em Zurique, na Suíça. Reúne agentes como produtores de soja, tradings, instituições financeiras e redes de varejo.

Hoje e amanhã, a RTRS realiza, em São Paulo, o Ponto de Encontro, com representantes da cadeia da soja e de países europeus. O evento é realizado em meio à adoção pela União Europeia de legislação que veta compras de commodities em áreas de desmatamento. A vice-presidente da entidade afirma que empresas são cada vez mais demandadas a explicar de onde vem e como é produzido o que origina.

“A questão do desmatamento é a que mais agride o mercado europeu. Vamos sempre primar por valorizar os produtores. Se tem uma propriedade sem desmatar, tem carbono sequestrado, é esse o valor agregado que temos a oferecer. O evento é onde as dúvidas podem ser esclarecidas pelos principais atores”, diz.

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