A temporada 2019/20 chega ao seu final, com uma área semeada de 65.911,4 mil hectares. O Brasil é um país de proporções continentais, com uma ampla variedade climática e de terrenos, que, graças às técnicas de cultivo implantadas, desde o manejo do solo, passando pela tecnologia de sementes e executada com máquinas modernas, além da mão de obra qualificada, torna o país com a peculiaridade de poder produzir até três safras de grãos, utilizando a mesma área.
Milho – De acordo com dados do último levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa de produção de milho nesta temporada, considerando as três safras, é de 102,5 milhões de toneladas, representando um acréscimo de 2,5% em relação ao exercício anterior. A área de milho primeira safra na temporada 2019/20 atingiu 4,2 milhões de hectares, 3,2% maior que a área cultivada na última safra. Problemas climáticos na Região Sul prejudicaram o potencial produtivo das lavouras, sobretudo as do Rio Grande do Sul, reduzindo a produtividade média do país em 3%, comparada à safra passada.
Na segunda safra, o quadro climático apresentado na Região Centro-Sul impactou o rendimento das lavouras, pois, com exceção de algumas regiões, não conseguiram expressar todo o seu potencial produtivo. Apesar do rendimento prejudicado, a produção foi 2,6% maior que na safra 2018/19, compensado pelo incremento na área cultivada. A colheita está praticamente encerrada, com cerca de 90% concluído, faltando colher áreas em Mato Grosso do Sul e Paraná.
A terceira safra de milho, caracterizada por apresentar um calendário produtivo semelhante ao do hemisfério norte, tem a produção estimada em 1.758,7 mil toneladas. Tendo como núcleo as lavouras da Sealba, que compreende as áreas produtoras situadas no nordeste da Bahia, Sergipe e Alagoas, e as situadas em Pernambuco e em Roraima, apresentam área de 532,2 mil hectares, aumento de 4,1% em relação à safra passada.
Em Sergipe, em virtude do bom regime de chuvas, a produção será uma das maiores já alcançadas pelo estado. As lavouras estão muito bem desenvolvidas e mantém o alto potencial produtivo.
No nordeste da Bahia, a boas condições hídricas durante todo o ciclo vegetativo e produtivo, com a ausência de estiagem, está garantindo produtividade media recorde. A colheita foi iniciada no manejo conduzido por pequenos produtores, e evolui devendo se estender até dezembro.
Cerca de 77% da produção de milho terceira safra é produzida com a utilização de elevado aporte tecnológico e essa produção é destinada à produção de proteína animal (aves e suínos) da Bahia e demais estado da Região Nordeste. Os outros 23% da produção são cultivados com menor uso de tecnologia, por pequenos produtores, sendo destinada à subsistência das famílias, visando a alimentação do próprio rebanho e a venda nos circuitos curtos de comercialização.