Enquanto a Peste Suína Africana continua sendo a questão dominante no mercado de proteína animal, com mudanças ainda acontecendo na China, sudeste da Ásia e Europa, o coronavírus complicando ainda mais a situação, de acordo com estudo do Rabobank. No caso específico da China, apesar da severidade da crise sanitária, a expectativa do banco é de recuperação na produção de suínos no segundo semestre e de aumento de importações assim que o coronavírus for controlado, a partir do segundo trimestre.
A Peste Suína Africana (PSA) vai continuar dominando a dinâmica do mercado de proteína animal mundial, segundo estudo do Rabobank. Na China, o número de novos casos da PSA e de re-infectados está diminuindo, mas continua se espalhando por outros países da Ásia, com maior foco nas Filipinas. No oeste da Polônia, um novo surto tem causado preocupação.
De acordo com o banco, a produção de suínos na China caiu cerca de 20% no ano passado, atingindo preços recordes, puxando os preços de outras proteínas animais, e levando as importações de carnes a níveis recordes.
Na China, a perspectiva é que o rebanho suíno diminua ainda mais na primeira metade deste ano, com o coronavírus prejudicando a recomposição dos plantéis. A tendência de engordar ainda mais os suínos continua este ano, e por causa disso, a expectativa é que o fornecimento de carne deja entre 15% a 20% menor em 2020, comparado a 2019. Entretanto, o segundo semestre deve ser de recuperação.
CORONAVÍRUS – Somado a isso, o surto do novo coronavírus (Covid-19) tem afetado a produção, distribuição e consumo na China no primeiro trimestre na China, para todas as proteínas animais. A expectativa do banco é que a doença comece a ser controlada no final do primeiro trimestre, vendo como resultado impactos de curto prazo no consumo, distribuição, produção e comércio, com forte recuperação no segundo trimestre. Especificamente sobre a carne de porco, o estudo do Rabobank esclarece que o produto é o menos afetado entre as proteínas, já que a rede de foodservice foi mais afetada do que o varejo.
ALIMENTAÇÃO ANIMAL – O consumo de ração se recuperará na segunda metade 2020 na China, embora em ritmo mais lento do que o anteriormente previsto, crescimento de 2,6% em relação a 2019. O uso de farelo de soja aumentará entre 3% a 4% em relação ao ano anterior, enquanto o milho para alimentação sofrerá substituição por outros alimentos energéticos.
Se a previsão de recuperação dos rebanhos de suínos se concretizar no segundo semestre de 2020, o banco estima que o consumo de rações para a espécie deva ter leve alta, cerca de 2% em relação ao ano passado.
COMÉRCIO GLOBAL – Somado aos impactos do coronavírus, o comércio global, e particularmente as importações chinesas, será influenciada pelo acordo comercial China-Estados Unidos e pelas autoridades chinesas administrando os preços domésticos da carne suína no primeiro semestre deste ano.
A combinação detsas incertezas vai criar complicações no curto prazo, mas o Rabobank mantém a opinião de que a China vai continuar a aumentar as importações de todas as proteínas animais em 2020.
A importação de suínos pela China caiu nos primeiros dois meses do ano, devidoà dificuldade de circulação de mercadorias, causada pelo surto de coronavírus, mas a expectativa é de que a partir do segundo trimestre haja uma retomada, devido à escassez de oferta doméstica.
Apesar das interrupções no início do ano, o Rabobank sustenta a visão de que a China importará um nível recorde de carne suína em 2020. Isso porque o suprimento doméstico de carne suína da China cairá ainda mais e outras proteínas substitutas enfrentam seus próprios desafios devido ao coronavírus. A China precisará importar mais carne de porco para ajudar a cobrir a lacuna doméstica.
Fonte: Notícias Agrícolas e Rabobank