Uma notícia despachada há poucos dias pela agência estatal chinesa Xinhua se passou desapercebida pelo setor de suínos brasileiro, não deveria. Em meio à administração do quase colapso do seu plantel vitimado pela peste e da crise sanitária-econômica da covdi-19, o gigante produtor e consumidor mundial se prepara para negociar o porco no mercado futuro.
As negociações em qualquer bolsa de futuros são sobre o produto ‘natural’, a matéria-prima, mas certamente ajudarão a regular o comércio também da carne. O porco vai virar commodity e os fornecedores da carne terão de negociar com base na referência que os agentes de Dalian refletem sobre o consumo final.
Como é o caso do minério também em Dalian ou das demais commodities agro em Chicago e Nova York.
A aprovação dada pela Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China à Dalian Commodity Exchange não chega sem antes Pequim tentar controlar – em vão – os preços altos da carne suína nas importações que suprem a defasagem do plantel arrasado pela peste suína africana.
Em nota da Xinhua, diz lá: “A medida a melhorar o mecanismo de precificação de suínos, proteger melhor os participantes do mercado contra riscos e promover o crescimento do setor de criação de porcos”.
Pequim anuncia que a transição será gradual, mas preocupado com a escalada dos preços para o segundo semestre, inclusive como também foi anunciado, deve-se esperar o começo do mercado de hedge do porco nesse período.
A China possui mais de 370 mil empresas suinocultoras em operação e, segundo o governo, em março último, enquanto a pandemia avançava, 18 mil novos CNPJs chineses foram registrados no setor.
Fonte: Suinocultura Industrial