As quedas nos preços do suíno e o aumento nos custos de produção fizeram de janeiro um mês negativo para o suinocultor paulista, com perda de 22% no valor da arroba do animal, conforme explica o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira. Ele destaca a alta no preço da saca de milho e do câmbio, este último, influenciado pelo problema sanitário com o coronavírus, vivido pela China.
Segundo Ferreira, entre o final de dezembro de 2019 e o fim de janeiro deste ano, houve uma queda nominal de 22% no preço da arroba suína, antes comercializada a R$ 122, e agora, a R$ 95. Soma-se a isso um aumento de 6% na saca de 60kg de milho, cotada em São Paulo em R$ 48,62 no fim do ano e R$ 51,54 no dia 30 de janeiro.
“A relação de troca entre o preço da arroba suína e a saca de milho não está boa para o produtor. Enquanto o ideal é poder comprar 2,5 sacas de 60kg de milho com o valor de uma arroba suína, com o preço que tremos hoje, conseguimos comprar 1,8 sacas”, explica.
Além destas questões, Ferreira ressalta que o surto de coronavírus, mais agravado na China, mexeu com a economia global e, por consequência, com o câmbio.
“Essa questão do câmbio mais alto é o primeiro impacto que a gente sente em relação ao surte dessa doença, porque boa parte dos nossos custos de produção se refere a medicamentos, vacinas, aminoácidos, que são produtos dolarizados”, afirma.
Apesar do resultado negativo no mês de janeiro, a expectativa é que fevereiro tenha um início de estancamento nas quedas das cotações e, posteriormente, uma recuperação nos preços. Entre as razões para uma perspectiva melhor para este mês está a entrada dos salários, que melhora a demanda da população por proteínas animais, o que deve aquecer as vendas do suíno no atacado, e a volta no aumento do ritmo das exportações.