O primeiro surto de febre aftosa na Alemanha em quase 40 anos desferiu um duro golpe na sua difícil indústria de carne suína, informa a Bloomberg. Desde o surto de 10 de Janeiro, os principais destinos de exportação como o Reino Unido, a Coreia do Sul e o México proibiram as importações de carne suína alemã, custando ao país pelo menos mil milhões de euros (1,05 mil milhões de dólares) em vendas perdidas, de acordo com o grupo de cooperativas agrícolas DRV.
Este revés segue-se a anos de turbulência, incluindo surtos de peste suína africana desde 2020, que levaram à proibição de mercados importantes como a China. Entretanto, o aumento dos custos da alimentação e da energia, exacerbado pela invasão da Ucrânia pela Rússia, acelerou o declínio do sector, com a Espanha a ultrapassar a Alemanha como o maior exportador de carne de porco da Europa.
A diminuição da procura interna, impulsionada pela mudança nas preferências alimentares e pelas preocupações com o bem-estar dos animais, deixou a indústria cada vez mais dependente das exportações. Os analistas observam que, embora uma economia europeia mais forte em 2025 possa impulsionar o consumo local, a dinâmica do comércio global – incluindo potenciais mudanças políticas sob uma segunda administração Trump – poderá desempenhar um papel crítico.
Para aumentar a incerteza, a investigação da China sobre o alegado dumping de carne de porco da UE poderá resultar em tarifas, intensificando a concorrência no mercado europeu. Estas pressões sublinham os desafios enfrentados pelo outrora dominante setor suíno da Alemanha.