Os preços do suíno vivo para o produtor independente continuaram a baixar na maioria das principais praças produtoras do país, com exceção de Minas Gerais e Mato Grosso. Apesar do atual cenário de prejuízos devido à redução drástica na demanda, as próximas semanas devem ser de estabilidade ou leves melhoras nos preços, de acordo com lideranças do setor.
Segundo Itamar Canossa, presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Itamar Canossa, o valor de R$ 3,50 para o suíno vivo dentro do Estado é o mesmo praticado na semana anterior, representando um prejuízo em torno de R$ 0,30 por cabeça devido à alta nos custos de produção.
“Chegamos ao fundo do poço e agora começamos a enxergar uma luz. Vemos o comércio voltando aos poucos, estamos saindo do período de Quaresma e com a entrada desse auxílio que o Governo Federal está concedendo, acredito que a demanda deva melhorar”, disse.
Da mesma forma, em Minas Gerais o preço do quilo do suíno vivo permaneceu o mesmo da semana anterior, R$ 4,40, de acordo com o médico veterinário e consultor de mercado da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG), Alvimar Jalles.
A queda do preço do suíno independente em São Paulo, de acordo com o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, foi de 11,25%, passando de R$ 4,80/kg praticado na semana passada para R$ 4,25/kg negociado nesta quinta-feira (9).
“Uma queda bastante brusca em relação a semana passada, motivada pelo baixo consumo, principalmente no mercado interno. A perspectiva a curto prazo, o mercado continua pressionado e vai depender muito das vendas desse final de semana, e temos expectativa boa em termos de consumo, principalmente sábado (11). O mercado deve sinalizar alguma coisa na segunda ou terça-feira (14), dependendo muito do escoamento neste final de semana”.
No Rio Grande do Sul, de acordo com o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Folador, a semana foi difícil para negociar a venda de suínos com os frigoríficos, e os produtores comercializaram 30% a 40% a menos animais do que a capacidade habitual.
Em matéria de preços, o quilo do suíno vivo foi de R$ 5,02 para R$ 4,50, representando uma desvalorização de 10,35%. Ele explica que o valor de R$ 4,50/kg empata com os custos de produção, nãoa restando margem de lucro para o suinocultor.
“Acho que para semana que vem ainda vai ser de pressão mais forte, e acredito que deva estabilizar por aí, quem sabe reverta na outra semana, depois do dia 15. Temos uma percepção maior de que há a preferência pelo consumo da carne suína in natura do que os processados, com maior valor agregado”.
De acordo com Jacir José Dariva, Presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), o Paraná foi o Estado onde o suíno independente registrou maior queda. Ele conta que na semana passada, o quilo do animal vivo estava em torno de R$ 4,70, e hoje é negociado a R$ 3,80, retração de 19,14%. O prejuízo em relação aos custos de produção, segundo ele, chegam a R$ 1,20 por quilo.
“Conversando com frigoríficos, houve bastante procura essa semana pelo varejo, conseguiram colocar bastante carne no mercado, então acho que a procura por animais aumentou, mas os frigoríficos reduziram o valor além da realidade. Isso significa que houve boa desova de carne no mercado, possivelmente semana que vem, saindo da Quaresma, com os auxílios do governo, deve puxar um pouquinho pra cima”, disse.
Losivânio de Lorenzi, presidente Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), conta que as negociações foram avançando ao longo da semana, com preços ofertados abaixo dos R$ 4/kg no começo, até fecharem nesta quinta-feira (9) o preço de R$ 4,27/kg. Apesar disso, houve uma queda de 8,76% no preço em relação aos R$ 4,68/kg praticados na semana passada.
“Acreditamos que essa queda até agora ela deve parar por aí e para próxima semana esperamos alta nos preços. A procura começou a ser maior, estão intensificando essa demanda e isso vai fazer com que haja um recomeço com ganho de preço ao produtor”.
Fonte: Notícias Agrícolas